Justiça condena Regina Duarte em processo movido por filha de Leila Diniz

Em matéria recentemente publicada no site do jornal O Globo, na coluna do jornalista Ancelmo Gois, de autoria da jornalista Ana Claudia Guimarães, é anunciada uma decisão do Juizado Especial Cível da Comarca Regional da Lagoa contra a atriz Regina Duarte, por postar em suas redes sociais, no ano de 2022, uma notícia falsa contida em um vídeo do ex-presidente Jair Bolsonaro em defesa do golpe militar de 1964, que atribuía — por meio de uma foto tirada em 1968, a imagem de atrizes famosas, entre elas a saudosa Leila Diniz — a ideia de que "1964 foi uma exigência da sociedade" e que "as mulheres nas ruas pediam o restabelecimento da ordem".

Penso que a decisão judicial condenando Regina Duarte por uso inadequado da imagem de Leila Diniz é significativa, não apenas pela reparação financeira, mas também pela exigência de retratação pública. A utilização da imagem de Leila Diniz em um contexto que distorce sua história e suas convicções é inaceitável e merece ser corrigida.

A advogada Maria Isabel Tancredo destacou acertadamente que a trajetória de Leila Diniz sempre foi marcada pela defesa da liberdade e pela oposição à ditadura militar. A associação de sua imagem a um discurso que defende explicitamente a ditadura é uma distorção grave da história e merece ser repudiada.

Por sua vez, Janaina Diniz, filha de Leila Diniz, expressou sua indignação com a utilização caluniosa da imagem de sua mãe, ressaltando a importância do respeito à memória e à história das pessoas. É crucial que as pessoas entendam e valorizem a importância de preservar a integridade das figuras públicas e respeitar o legado que deixaram.

A decisão do juizado em exigir a retratação pública de Regina Duarte e a remoção do vídeo de suas redes sociais são medidas adequadas para corrigir o dano causado pela utilização indevida da imagem de Leila Diniz. Isso ressalta a importância da responsabilidade ao lidar com questões históricas e com o legado de personalidades públicas, bem como reitera a necessidade de severas punições para quem promove fake news, sobretudo sobre a imagem dos outros.